Deixa de ser morna

O despertador toca às 6h45, Helena está deitada de lado e sente um peso em sua coxa esquerda… Logo se dá conta de que é a perna de seu marido. Reluta em clicar na “soneca”, vence essa batalha e se levanta. Ufa! A primeira do dia já foi.

Caminha até o quarto dos meninos, Pedrinho e Jean, para tirá-los do sono dos anjos. Nunca é uma tarefa fácil. Ela mesma gostaria de voltar para cama e de acordar somente três dias depois. Neste momento, escuta uma voz imperativa dizendo: “você não é mais criança, Helena!”. As crianças resmungam um pouco após as cutucadas – carinhosas – da mãe. Elas seguem o fluxo da rotina matinal, bicudas.

A essa hora, o marido já está preparando o café, e Helena avisa que vai se arrumar para ir ao trabalho. Ela entra no banheiro e antes de fechar a porta espia para confirmar se todos estão reunidos na cozinha. Então, pega o celular, acessa o episódio favorito da série “SexLife”, coloca os fones de ouvido, acelera o vídeo até o minuto 8:56, no qual acontece a cena mais quente. Aperta o play e começa a se tocar. Seus dias só começam depois desse momento de prazer… Durante o clímax, ouve a voz do caçula lhe chamando: “mãeeeeeeee, cadê o meu caderno de matemática!”. Assim, ela retorna para a realidade que deseja tanto mudar.

Depois de enfiar o caderno perdido na mochila do Pedrinho, ela volta ao banheiro e toma um banho. Em 20 minutos, está pronta para abrir a porta de casa, dar um beijo em cada um, pegar o carro e fazer o que precisa ser feito para pagar os boletos e para pedir uma pizza de rúcula com tomate seco no fim de semana.

Helena gosta de dirigir ouvindo música. Hoje selecionou “Somooth Operator”, da Sade. Começou a se lembrar do ator da série, mordiscou o lábio inferior, fechou e abriu os olhos rapidamente e pensou: “eu queria que o Roni me tocasse de outro jeito… tem tanta coisa que eu queria experimentar…”

Roni, marido de Helena, não fazia ideia dos desejos dela. Eles têm uma comunicação do tipo “deixa que eu deixo de falar o que eu quero”. E o relacionamento segue assim.

Helena estaciona o carro, vê a hora e respira fundo; faltam 15 minutos para a primeira reunião do dia. Ela atua como diretora da área financeira de uma multinacional. Seu time traz mais soluções que problemas; porém, ela sente que precisa desenvolvê-lo mais. No fundo, Helena sabe a verdade: a transformação deve partir dela para depois reverberar nas pessoas à sua volta.

Ah, mas a rotina, os incêndios a serem apagados, chega o fim do expediente, ela leva trabalho para casa… Tudo muito igual, muito morno.

Existe um sabotador persistente no pé de seu ouvido dizendo para ela quão difícil é usar a Potência a seu favor. Helena tenta ser forte, mas a voz está fraca, cansada. Ela sabe que é uma profissional phodda, no entanto não consegue se posicionar; quer ser referência em sua área de atuação, não só na empresa em que está agora, mas também para o mundo corporativo; quer ser reconhecida e fazer vibrar com mais intensidade o seu poder.

Helena quer que toque sem parar “Girl on Fire”, de Alicia Keys, em sua vida. Sair do estado morno e arder de dentro para fora, ganhando uma liberdade arrebatadora. 

Helena, a escrita pode ajudar você nesse processo. Coloque o medo de castigo, solte o grito no papel, nem que seja para rasgá-lo depois. 

Eu conheço um lugar no qual sua voz ecoará trazendo os resultados que você deseja. Você vai se comunicar melhor com seus filhos; vai conseguir verbalizar para o Roni os seus desejos; você vai lidar melhor com o seu time e vai se posicionar no mercado como referência profissional.

Seja a pessoa que você gostaria de ser.

Vamos juntas.

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