Medo do julgamento alheio: uma reflexão sobre o juiz mais cruel

Eu estava refletindo, com os meus botões, sobre o medo de julgamento alheio, principalmente, nas redes sociais. Meu primeiro pensamento foi:

 [Bora pegar um cafezin e um naco de bolo de fubá com uma colherada de goiabada? O tema pede… rsrs]

 O julgamento é quase onipresente! Se tomo uma atitude, alguém critica; se não faço, alguém reclama. Então por que tanto medo de uma coisa que acontece o tempo todo, esteja eu dormindo, tomando banho, trabalhando ou vendo TV?

 Bom… o argumento inicial não foi suficiente para eu me desbloquear. 

 Parti para o segundo:

O julgamento é uma opinião. Portanto, evidencia ― completamente ― coisas sobre quem o emite. 

Ah, então não é sobre mim?! Não.

 Uma opinião é elaborada com base nas experiências e no ego de quem a fala, e isso não tem nada a ver comigo, de acordo com o segundo compromisso não leve nada para o lado pessoal do livro Os Quatro Compromissos. Veja só este trecho:

 “Os outros vão ter outra opinião, de acordo com seu sistema de crenças. Portanto, nada do que pensem a meu respeito corresponde a mim, mas a eles.”

 Reli as frases seis vezes. Os sabotadores insistem em sussurrar no pé do ouvido que é tudo culpa minha. Acontece com você também?

 Decidi não esquecer. A mensagem de Don Miguel Ruiz (autor do livro) tem muito valor e, sim, é real. 

 Tenho recebido alguns comentários nos meus posts, como:

  • “Que ‘viagem!’” 
  • “Essa regra não influencia em nada!”
  • “Que conteúdo raso!”

 O julgamento existe e vai pular na nossa cara em algum momento. Reajo com algumas indagações, em voz alta:

  • Por que não passou direto pelo conteúdo? 
  • Por que deixar um comentário que não me ajuda em nada? 
  • Por que não clicou nos três pontinhos e não selecionou “não quero mais ver esse tipo de conteúdo”?

 Depois de sete minutos de incômodo, respiro fundo e penso:

 “Eu não escrevo para todo mundo.
Você, pessoa crítica, não faz parte do meu público.
E eu espero que a sua produção de conteúdo gere valor para alguém.”

[Quer mais café?] 

Sei quão tentador é querer ser ovacionada por milhares de pessoas. Não há nada de errado com esse desejo, porém ao lado dele há grande expectativa, ansiedade e frustração. Eu já vivi esse mosaico de sentimentos, Hoje, mais experiente, enxergo com clareza o meu objetivo e foco na minha tribo – a galera que chega, gosta do que lê e permanece comigo.

 Lembra-se da mensagem do livro? “Não é sobre mim, mas sobre eles”.

 Consigo, então, me concentrar em coisas importantes ― por exemplo, compartilhar essa vivência para encorajar você a postar, apesar do medo e do julgamento alheio.

 Peraí! Eu também julgo… E como me comporto? Não faço comentários venenosos, pois entendo que aquele conteúdo é raso para mim. Tantas outras pessoas curtem, divertem-se, aprendem… E tudo bem. Posiciono meu polegar na tela do celular e o deslizo para cima. Vida que segue.

 Não foi fácil chegar a esse nível de mentalidade, tive que levar umas porradas no processo (e continuo levando).

 CORAGEM!

Tenha clareza sobre o seu objetivo e sobre a galera com quem você quer conversar ― não é com todo mundo, hein!

 Posso afirmar que uma das chaves do sucesso da produção de conteúdo é exatamente entender que não falamos com geralzão. Eu escrevo para as pessoas que desejam encontrar suas vozes na escrita, com mais segurança e sem surtar.

 Ao produzir este artigo, materializei você na minha frente, abri um sorrisão e comecei o nosso papo permeado de reflexões, causos e café. Deixo a sugestão para você praticar também.

 Putz, já ia me esquecendo… Mergulhe no mar de dentro. Quando temos noção de quem somos, escolhemos com tranquilidade o grupo para o qual escreveremos, acolhendo-o e sendo acolhidos. Nosso escudo se fortalece e nada nos aborrece (até a página dois, eu sei rsrs).

 Nosso juiz mais cruel somos nós. Acreditamos fielmente nas nossas crenças, tornando-as verdades absolutas que nos maltratam e nos paralisam. 

 O julgamento dos outros pertence aos outros. Duro é lidar com o juiz que tem residência fixa em nossa mente.

De um lado, terapia; do outro, meditação; e o nosso caminho guiado pelo autoconhecimento, rumo à liberdade.

 Bora conquistar a liberdade de produzir conteúdo que te represente?

[Antes, deixe-me perguntar outra coisa: aceita mais uma fatia de bolo?]

 Um abraço aconchegante.

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